Usabilidade e experiência do usuário têm tudo a ver com conteúdo. Isso significa que produtores e estrategistas de conteúdos que querem que os conteúdos que produzem sejam consumidos (o que é altamente desejável) precisam entender ao menos os fundamentos dessas competências. Foi assim que uma leitura importantíssima nesse sentido me foi recomendada e eu achei “Não me Faça Pensar – Uma Abordagem de Bom Senso à Usabilidade na Web e Mobile”, de Steve Krug, uma das melhores publicações para leigos no assunto.
Bom, primeiro, vale a pena saber quem é Steve Krug. É um especialista em usabilidade web e experiência do usuário. Dá para conhecê-lo melhor no site ou pelo Twitter (@skrug). O fato é que, em 2002, ele publicou a primeira edição de “Não me Faça Pensar”. Muita coisa mudou em pouquíssimo tempo em termos de tecnologia web e, em 2008, ele lançou uma versão atualizada. De novo, as transformações em tecnologia e consumo de conteúdo online foram velozes e, em 2014, saiu a edição que é a que faz parte da biblioteca Cabrun!, pois ela já está atualizada considerando o mobile.
Se você trabalha com conteúdo, em qualquer ponta que seja, se é programador, designer ou redator, não importa, você precisa ler essa obra de Krug. Vou explicar por quê:
O texto de Krug é simplesmente delicioso. Ele conta tudo em primeira pessoa, traz cases reais e exemplos vindos das consultorias que já deu para empresas diversas (sem necessariamente mencioná-las) e consegue dialogar com as dores que temos no nosso dia a dia. Tem muito conhecimento técnico, mas tão brilhantemente conduzido que a gente nem sente direito e, quando se dá conta, já acabou o livro. Ah, e vale destacar que o tom é totalmente despretensioso, muito mais próximo de uma conversa do dia a dia com algum mentor de trabalho do que com o professor universitário cheio de verdades acadêmicas pouco palpáveis, o que é mais um ponto positivo da obra.
Como disse, profissionais de toda a cadeia de conteúdo precisam conhecer essa obra porque Krug fala desde planejamento de navegação, passa pelo design, fala sobre texto (parte que nos interessou muito), pesquisa de usabilidade e sensações reais do usuário durante a navegação. Mais do que uma obra didática, vejo “Não me Faça Pensar” como um tratado de empatia.
De uma forma genial, Krug faz comparações entre o desenvolvimento web do ponto de vista de usabilidade e experiências que as pessoas têm no mundo offline, como ir a uma loja de departamentos e procurar produtos ou tentar se localizar em um parque analisando um mapa.
Outro ponto importante é que Krug é extremamente generoso ao compartilhar conhecimento. O que ele fala não está baseado em grandes pesquisas ou descobertas acadêmicas, são detalhes que ele descobriu pela experiência ao solucionar questões de empresas que o contratam ou observar a navegação do usuário e os testes de usabilidade. Ele lista, por exemplos, perguntas que a equipe de desenvolvimento de um site deve se fazer para entender se está no bom caminho e se chegou a boas soluções:
Que site é esse? (ID do site)
Em que página estou? (nome da página)
Quais as principais seções desta página? (noção de seções)
Quais são as minhas principais opções nesse nível? (navegação local)
Onde eu estou no esquema das coisas? (indicadores “você está aqui”)
Como eu posso realizar uma pesquisa?
Essas dicas, por exemplo, são fantásticas e facilitam muito a vida de quem está envolvido no desenvolvimento de um site e precisa de critérios para avaliar os rumos do trabalho.
Ao contrário do que o título da obra pode levar a imaginar, em nenhum momento da abordagem Krug sugere que “idiotizemos” o usuário. Pelo contrário, ele nos leva a buscar mecanismos de compreendê-lo, considerando que é um ser pensante nesse processo que só quer e precisa de códigos intuitivos que possam fazê-lo mais rápido ao que deseja. Tempo é um bem precioso para qualquer um, não é mesmo? Acho que as marcas que mais irritam o consumidor hoje em dia são aquelas que fazem o consumidor desperdiçá-lo em vez de usá-lo bem.
Entendeu por que “Não me Faça Pensar” é uma leitura obrigatória para quem desenvolve trabalhos que em algum nível envolvem usabilidade e experiência do usuário? Se conhece outras publicações tão bacanas como essa, deixe para a gente nos comentários.
Vamos desenrolar sua história?
O conteúdo é uma eficiente ferramenta de comunicação e elemento estratégico para o negócio das empresas que atendemos.
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