No começo de outubro, fiz um curso livre na Associação Brasileira de Jornalismo Empresarial (Aberje) intitulado “Linguagem Inclusiva: para além do todes”. A aula ministrada pela doutora em linguística Vivian Rio Stella foi bem abrangente e trouxe muitas reflexões, sendo a principal: será que as empresas estão preparadas para a linguagem inclusiva?
Vou deixar aqui alguns destaques dessa conversa, mas, antes, vale um parênteses para explicar o conceito:
A linguagem inclusiva abrange atos linguísticos que não excluem pessoas em razão do gênero, da origem étnica, da orientação sexual, de condições físicas, mentais, etc.
Ela não abrange, pois, apenas igualdade de gênero ou reconhecimento do gênero não-binário.
Antes, ela se presta, por meio de variados recursos linguísticos, ao reconhecimento e à consideração da diversidade de várias ordens.
Resumidamente, a linguagem inclusiva pressupõe um conjunto de estratégias de várias naturezas (discursivas, lexicais, gramaticais, etc.) com o objetivo de produzir mais equidade.
Como enfatizou Vivian durante a aula, e eu acho que é esse o cerne da questão, a linguagem inclusiva precisa ser um ato ético e não estético. Isso significa que deve ser coerente com as práticas da empresa e não adotado por modismo.
Ela apresentou na aula uma pesquisa que vale muito a pena conferir, um estudo da Qualibest sobre Diversidade e Inclusão que tem um trecho sobre marcas e diversidade. A pesquisa foi realizada com autopreenchimento de questionário online entre o final de 2020 e início de 2021. Foram realizadas 4 mil entrevistas e, entre os respondentes, apenas 1 em cada dez declarou que se sente totalmente ou bastante representado pelas propagandas. Apenas 24% acham que alguma marca trabalha o tema diversidade de forma adequada. Mulheres, pessoas não-binárias, pessoas solteiras e classes A e B são quem mais reconhecem marcas que trabalham diversidade. Esse é um panorama que indica que o tema ainda deixa muitas lacunas.
A discussão sobre linguagem inclusiva já acontece na sua empresa? Qual o grau de maturidade para isso? Na Cabrun!, estamos sempre estudando o assunto e antenados às melhores práticas para orientar nossos clientes. Se esse assunto é desafiador na sua empresa ou você sente que precisa começar a prestar atenção a isso, vamos conversar.
Vamos desenrolar sua história?
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2 Comentários
A linguagem inclusiva (ou comunicação inclusiva, como prefiro chamar) é realmente um elemento político (a favor da “polis”, do povo) e ético. Dicas preciosas para quem quer dialogar de forma maia empática e acessível. Excelentes pontos! Parabéns
Rodrigo, ficamos muito felizes com a sua leitura. Que bom que gostou dos pontos que levantamos a partir do conteúdo do curso da Aberje. Temos tentado levar essas reflexões pouco a pouco para os nossos clientes, independente da área em que atuam, e é uma boa surpresa que têm aceitado bem as considerações. É nosso trabalho como comunicadores também.