Perguntas que você deve fazer para contratar uma agência de conteúdo

Nesses quase dez anos de estrada, já participei de muitas conversas com potenciais clientes ou clientes querendo novos serviços e muitas delas parecem verdadeiras sabatinas. Por isso, decidi compartilhar aqui algumas perguntas que acho que precisam ser colocadas na mesa antes de contratar uma agência de conteúdo ou um novo serviço. Também coloco no final algumas perguntas e comentários imaturos que devem ser evitados.

#1 Trabalho com assuntos difíceis. Como você acredita que pode compreendê-los para produzir conteúdos?

Essa é uma das perguntas mais vitais para o êxito do trabalho e bom funcionamento da relação, especialmente para quem tem negócios em áreas digamos assim…não tão amenas.

Uma coisa importante a saber é que bons comunicadores devem estar preparados para lidar com todo tipo de assunto, saber fazer as perguntas certas para o especialista, estudar e construir narrativas. Mas faz sentido se fazer essa pergunta porque o fato é que nem toda agência tem times de bons comunicadores e isso vai ser fundamental para a qualidade do trabalho.

#2 Caso eu te contrate, como será o nosso fluxo de trabalho?

Isso é importante saber porque produzir conteúdo exige muita entrega das equipes, especialmente nos primeiros meses de trabalho. É preciso compreender o assunto, as mensagens principais, entender os códigos e as relações dentro da empresa, chegar no tom de voz adequado, a reação da comunidade formada pela marca em torno do conteúdo que está sendo produzido e como essa interação deve acontecer entre outros aspectos.

Você deve poder imaginar o tempo que precisará ter disponível para essas trocas, entender se a metodologia que a agência de conteúdo está propondo pode funcionar para a empresa e para a estrutura atual.

#3 Qual é a equipe disponível para o atendimento?

Isso é importante saber se você vai lidar com uma empresa e não com um profissional freelancer. Via de regra, um squad de conteúdo tem um redator, um atendimento e um designer. Dependendo do projeto, outros profissionais precisarão ser agregados e é importante saber se eles estão no staff da agência, são parceiros, como será a relação, quem coordenará todo o projeto e o trabalho de terceiros.

#4 Dá para fazer mais coisas a partir dessa proposta básica?

É muito comum que o primeiro contrato com um cliente seja a proposta mais básica e enxuta possível. Isso porque alguns não estão acostumados a trabalhar com conteúdo ainda (nem com qualquer outra forma de comunicação) e é uma oportunidade de começar a relação e testar as coisas de uma perspectiva mais confortável e sem tantos riscos envolvidos. Mas vale sempre perguntar para a pessoa com quem você negocia se há possibilidades de avançar no trabalho ao longo do tempo, como isso aconteceria. Isso também servirá para você entender a capacidade intelectual dessa equipe que está contratando.

É muito importante observar a clareza da proposta e qual entrega está contemplada e o que seria extra, caso role. Sugiro que você esmiúce bem as propostas que vier a receber e sempre tenha um pé atrás com empresas que se esquivem de dizer claramente o que vão entregar.

Agora, vamos a algumas perguntas e comentários que acho que convém evitar:

• Por que eu deveria te contratar? Negociar a contratação de um fornecedor não é uma entrevista de emprego. A relação é muito mais frágil e, se você não gostar, pode rescindir o contrato sem grandes dramas para ambas as partes, mas quem tem que ter essa resposta é quem está avaliando empresas com propostas semelhantes e vai contratar. É preciso ter outra postura na conversa na hora de contratar um fornecedor de uma atividade tão intelectualizada como uma agência de conteúdo.
• Se eu te contratar, qual a garantia eu tenho que você não vai trabalhar para nenhum concorrente meu? Um prestador de serviço precisa formar a sua carteira de clientes e, se você quer exclusividade, tenha certeza de que você poderá pagar por ela antes de fazer essa pergunta.
• Você tem trabalhos para empresas da minha área? É basicamente o mesmo motivo da pergunta que precisa ser feita número 1. Um especialista na sua área não é exatamente um bom comunicador. Um bom comunicador, necessariamente, saberá trabalhar para encontrar boas narrativas para a sua empresa. Não faz sentido para a maioria das empresas que a agência tenha um portfólio recheado de empresas da sua área de atuação se não há criatividade e modos singulares de abordagem para cada uma.
• Qual o valor do pacote? Eu sei que existe, mas não vejo como cobrar produção de conteúdos como quem cobra plano de telefone celular. É muito trabalho intelectual envolvido e a complexidade varia de cliente para cliente. Você pode até sondar uma estimativa, mas se está lidando com uma agência boutique e quer pacote, ou você ou eles não entenderam totalmente a complexidade da atividade de produção de conteúdos e é preciso ajustar algum ponteiro aí senão a comunicação vai truncar em algum momento.

Essas perguntas para contratar uma agência de conteúdo ajudam você nas buscas por um fornecedor desse perfil? Tem questões que você acrescentaria ou eliminaria? Deixe para a gente nos comentários.