10/09/16 – Festival do Clube 2016 – 14h45 – “Produção de conteúdo audiovisual para um mundo multitela” – com Guilherme Jahara (CCO – F.Biz – Mediador); Mario Peixoto (Sócio e Produtor Executivo – Delica e Your Mama); Naná Bittencourt (Producer);Murilo Megale (Diretor Criativo da VICE); Dulcídio Caldeira (Sócio e Diretor de Cena – Boiler); Alexander Greif (Gerente de Marketing – Sky)- – São Paulo – SP
Neste final de semana, aconteceu na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, o Festival Clube de Criação, evento bastante prestigiado que já está há bastante tempo na agenda dos publicitários brasileiros. Acompanhei uma palestra bem interessante cujo título era produção de conteúdo audiovisual em um mundo multitela. O debate foi bastante acalorado e reuniu agências, clientes e produtores. A provocação veio do cliente, representado pelo gerente de marketing da Sky, Alexander Greif. “Antes, para o cliente, a agência tinha verdades absolutas. Hoje, minhas fontes são outros fornecedores: agências de conteúdo e agências de tecnologia que estão assumindo o papel da agência de publicidade. Hoje, eles trazem muito mais novidades em termos de performance e branding. A fonte primária de inovação não é a agência”, disse.
Greif foi bastante contundente e disse que durante bastante tempo no mercado, as agências e produtoras apresentam “caixas pretas” ao mercado com preços altíssimos para produzir qualquer filme. Hoje com esses novos players e a Internet trazendo novas possibilidades, a situação mudou e é preciso construir briefings a várias mãos, com cada agente contribuindo com seus conhecimentos para campanhas e projetos mais eficientes a preços justos. Ele ainda afirmou que acredita que as agências de publicidade, produtoras e agências de conteúdo e tecnologia estão preparadas do ponto de vista criativo e técnico para lidar com s nova realidade, mas os clientes ainda não estão.
Mário Peixoto, sócio e produtor executivo da Elica e Your Mamma, defendeu o lado das produtoras dizendo que produzir simplesmente qualquer um pode fazer hoje, mas os pontos do mercado – e são os que acabam influenciando na precificação – são agilidade e qualidade de entrega.
O que o gerente de marketing da Sky trouxe de uma forma muito simples e direta é a realidade da relação entre os diversos players de comunicação. Já frequento esse evento há bastante tempo, uns seis anos no mínimo. Essa foi a primeira vez em que de fato notei os grandes players desse mercado de publicidade encararem a complexidade da nova realidade. Pela minha observação, o mercado brasileiro de publicidade viveu um período de negação das novas formas de produção e distribuição de conteúdo e começa a dar o braço a torcer e prestar mais atenção quando os grandes anunciantes, que pagam as contas no frigir dos ovos, começam a encarar esse fenômeno e questionar o modo de operação em vigência. Há dois anos, nesse mesmo evento, em um debate focado na produção de conteúdo, publicitários negaram veementemente a vontade dos anunciantes de construir suas mídias proprietárias. Nesse final de semana um grande anunciante teve coragem de mexer nesse vespeiro. É uma evolução. Bem tardia, diga-se de passagem, mas talvez seja a centelha que faltava para a publicidade repensar seus rumos.
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1 Comentário
Muito bom! De fato, nem clientes, nem agências parecem estar preparados para as mudanças. Mas estou otimista que, assim como ocorreu nos EUA, as empresas brasileiras deem mais atenção às mídias proprietárias e a geração de bom conteúdo.