Achei que não ia dar certo, mas resolvi baixar a guarda e encarar. Me propus usar pontualmente e durante uma semana, apenas, o ChatGPT para produzir conteúdos. Usei para algumas coisas da própria Cabrun! e, para os clientes, peguei conteúdos prontos para ver como a inteligência artificial os apresentaria e me mantive aberta e preparada para qualquer tipo de surpresa.
Veja as tentativas e tire suas conclusões:
Tentativa #1
A primeira foi uma solicitação para um post de Instagram sobre câncer de colo de útero para um dos nossos clientes.
O resultado veio correto, objetivo, um tanto raso e com algumas informações duvidosas. Totalmente fora do tom da cliente e do grau de informação exigido. O post original, que será publicado em março, nas celebrações do março lilás, mês da campanha para prevenção e conscientização sobre a doença, foi escrito com base em pesquisas em documentos da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e Instituto Nacional do Câncer (INCA), que não mencionavam tabagismo e uso prolongado de anticoncepcionais entre os fatores de risco, por exemplo. Ou seja, o assunto câncer de colo de útero é bem mais complexo e tem muito mais nuances do que a inteligência artificial tem capacidade de elaborar no momento.
É claro que confiei nas fontes oficiais.
A inteligência artificial me devolveu o seguinte:
O câncer de colo de útero é uma doença maligna que se desenvolve no colo do útero, a parte inferior do útero que se abre na vagina. É uma das principais causas de morte por câncer em mulheres. A detecção precoce e o tratamento adequado são cruciais para aumentar as chances de cura. Alguns fatores de risco incluem tabagismo, infecção pelo papilomavírus humano (HPV), uso prolongado de anticoncepcionais orais e imunodeficiência. Exames de rotina, como o exame papanicolaou e a colposcopia, podem ajudar a identificar o câncer de colo de útero em estágios iniciais. O tratamento pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação dessas terapias.
Tentativa #2
Recebi do coworking com o qual rescindi contrato recentemente uma pesquisa de satisfação sobre a experiência com eles. Achei legal a iniciativa e quis montar uma similar para a Cabrun!. Acho que essa foi a melhor tarefa cumprida do ChatGPT, mas, claro, precisamos seguir a recomendação que ele mesma deu no final: “não se esqueça de personalizar a pesquisa”!
Veja a devolutiva:
Claro, aqui está um modelo básico de pesquisa que você pode usar como ponto de partida:
Como você avaliaria a qualidade do conteúdo produzido por nossa agência?
Muito insatisfatório
Insatisfatório
Neutro
Satisfatório
Muito satisfatório
Como você avaliaria a capacidade de nossa equipe em entender suas necessidades e produzir conteúdo relevante?
Muito insatisfatório
Insatisfatório
Neutro
Satisfatório
Muito satisfatório
Como você avaliaria a comunicação com nossa equipe de produção de conteúdo?
Muito insatisfatório
Insatisfatório
Neutro
Satisfatório
Muito satisfatório
Você acha que a frequência e a consistência do conteúdo que produzimos foram adequadas às suas necessidades?
Muito insatisfatório
Insatisfatório
Neutro
Satisfatório
Muito satisfatório
Você deixou de utilizar os serviços da nossa agência de produção de conteúdo. Qual foi o motivo principal?
Preço muito alto
Qualidade insatisfatória do conteúdo
Comunicação inadequada com a equipe de produção de conteúdo
Frequência e consistência inadequadas do conteúdo produzido
Outro motivo (por favor, especifique):
Você teria interesse em continuar a trabalhar com a nossa agência de produção de conteúdo no futuro?
Sim
Não
Caso você tenha respondido “não” à pergunta anterior, qual foi o principal motivo?
Preço muito alto
Qualidade insatisfatória do conteúdo
Comunicação inadequada com a equipe de produção de conteúdo
Frequência e consistência inadequadas do conteúdo produzido
Outro motivo (por favor, especifique):
Há algo que poderíamos ter feito para melhorar sua experiência com nossa agência de produção de conteúdo?
Sim, por favor, especifique:
Não
Qualquer outro comentário ou sugestão que você gostaria de compartilhar sobre sua experiência com a nossa agência de produção de conteúdo?
Espaço aberto para comentários
Espero que isso ajude a coletar informações valiosas sobre a experiência dos seus clientes com a agência. Não se esqueça de personalizar a pesquisa para as necessidades específicas da sua empresa e dos seus clientes. Boa sorte!
Tentativa #3
Tentei produzir esse texto que você está lendo usando o ChatGPT. O resultado foi esse aqui:
A inteligência artificial pode ajudar na produção de conteúdo, mas ainda é importante ter um parceiro humano para garantir que o conteúdo seja relevante, preciso e coerente com a mensagem que se deseja transmitir. Além disso, a inteligência artificial ainda não possui a capacidade de compreender nuances emocionais, sociais e culturais, o que pode ser crucial em muitos contextos de produção de conteúdo. Por fim, é preciso que um ser humano revise e aprove o conteúdo produzido pela IA para garantir sua qualidade e adequação às necessidades específicas do projeto.
Objetivo, correto, com um “possui” no lugar do “tem” que causa arrepios a quem entende minimamente de escrita. Além de um tom asséptico e totalmente impessoal que não é marca da Cabrun! (nem de nenhuma empresa, acredito).
Vi alguns pontos positivos no uso do ChatGPT e vou listar aqui:
Essa pergunta foi feita para mim algumas vezes durante os últimos dias. Depois dessa semana, testando antes de julgar, eu respondo firmemente que não.
Hoje, quem procura e quer contratar os serviços da Cabrun! está mesmo em busca de uma voz, de um jeito de falar sobre o que melhor sabe fazer de forma única e criativa. Quer apoio de especialistas para gerar ideias para comunicação, quer refletir sobre o que faz e traduzir isso em narrativas coerentes e consistentes, quer se diferenciar pela relevância no meio da multidão. Ou seja, não é o tipo de cliente que se contenta com a entrega de um ChatGPT.
Aliás, ainda que quisessem, como a própria tecnologia observa, a capacidade de entrega ainda é limitada e demanda supervisão humana para extração dos insights, edição e correções. Enfim, para fazer algo bom e com ares de autenticidade a partir da entrega da inteligência artificial, é preciso trabalho e dos mais qualificados. Então, respondendo diretamente à pergunta sobre quem tem medo do ChatGPT na produção de conteúdos, eu diria que é quem não articula e não alimenta a própria inteligência humana.
Um dado curioso sobre essa semana de tentativas. Fiz uma enquete no meu LinkedIn com a seguinte pergunta: Dá para produzir conteúdo de qualidade para a sua empresa com inteligência artificial? Ao longo de três dias, obtive 24 votos e as respostas foram: totalmente (1%), nem pensar (21%) e rola parcialmente (75%). Ou seja, como eu, as pessoas estão dispostas a experimentar, entender para o que faria sentido. Acredito que a ideia não seja usar para tudo sem critério e nem para simplificar, mas, talvez, para destravar e trazer algum tipo de inspiração para o trabalho.
Li e ouvi muita coisa bacana sobre o ChatGPT e divido aqui com vocês.
E você? Tem usado o ChatGPT para produzir conteúdos? Me conta como tem sido a experiência?
Texto originalmente publicado no LinkedIn Pulse de Ana Carolina Barbosa, sócia e diretora criativa da Cabrun! Veja aqui:
Vamos desenrolar sua história?
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